Como prometido, resolvi resenhar cada livro que eu ler, daqui pra frente. E embora a classificação do livro não seja 5/5, acho importante expressar cada impressão que temos do livro, pra ajudar as pessoas que se baseiam nelas para escolher suas próximas leituras.
Com isso, vim aqui pra resenhar Simplesmente Ana, um livro totalmente nacional (vai Brasil!) mas que tem aquela pegadinha de literatura estrangeira.
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Marina Carvalho - 304 páginas - Novo Conceito
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Ana Carina é uma estudante de direito muito satisfeita com a sua vida, obrigada. Mora em BH com a mãe, uma chefe de buffet que arrasa na cozinha. O que anda intrigando Ana é o sonho esquisito que ela anda tendo, sempre com um vestido amarelo, escadarias e medo, surpresa, e tristeza batendo carteirinha. E sempre o mesmo sonho. Pode ser que tenha alguma coisa a ver com o pai, recém encontrado, que anuncia que Ana é uma princesa (princesa!), pois ele mesmo é o rei da Krósvia, um país pra lá de bonitinho, no sudeste da Europa.
Tentada pela possibilidade de ir morar num país completamente novo, mas com os luxos de ser filha do rei, Ana tem que decidir que rumo tomar: assumir seu posto no trono e viver exposta na mídia, ou continuar com sua vida no Brasil, pacata mas normal, sem todos os holofotes virados para ela? Se fosse você, o que escolheria?
A capa do livro sempre me fez pensar que perguntas como essa seriam respondidas de forma dramática, com muita melação, muita reflexão filosófica e afins. Que nada! Marina Carvalho escreveu de um modo completamente divertido, com diálogos e pensamentos informais.
O que eu senti falta - de verdade - no livro foi só um aprofundamento em algumas questões, e uma explicação mais racional pra coisas do tipo, Ana falando inglês fluentemente sem nunca ter saído do Brasil. Não querendo impor comparações, mas já fazendo, é que em Fazendo Meu Filme 2, quando a Fani fez intercâmbio, ela ficou completamente deprimida por não ter conseguido entender a linguagem nativa de Londres nas primeiras semanas, enquanto Ana, que estava no país em que o inglês nem era a língua oficial, não encontrou nenhuma dificuldade em fazê-lo.
Outra coisa, é que toda autora tem suas particularidades, principalmente as brasileiras. Dá pra identificar a nacionalidade de um livro pelos costumes dos personagens, mas Simplesmente Ana poderia facilmente ser confundido com um livro internacional, se não fosse o nome da autora. Tudo bem que ela vai pro exterior logo no comecinho - apressado - do livro, então dá pra entender que ela logo tem que se adaptar aos costumes krosvianos(?), mas a gente só sabe que ela é brasileira porque Ana cozinha brigadeiro, pão-de-queijo e feijoada pra sua família. Também fica meio que entre chick-lit e young-adult, uma vez que a linguagem se confunde durante o livro. Tem horas que Ana parece ter 17 com pensamentos de 21.
Marina Carvalho poderia ter aproveitado a oportunidade e explorado os benefícios da literatura de intercâmbio, descrevendo os locais com mais detalhamento, expondo mais profundamente as sensações da personagem ao visitar os lugares maravilhosos que, segundo o livro, existem na Krósvia (ainda que, eu desconfio, seja um país inventado), ou simplesmente colocado a imaginação em ação e presenteado os leitores com cenários de tirar o fôlego, induzidos pelos sentimentos de Ana.
Opinião, é claro - e graças à Deus!-, é pessoal e varia de pessoa pra pessoa. Eu achei um bom livro, mas não digno de 5 ou 4 estrelinhas. Gosto de honrar as descobertas nacionais, e torço muito pelo sucesso de cada um de nossos escritores, mas Marina não me convenceu. Espero ansiosamente por seu próximo livro pra poder mudar de opinião.
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E um bônus: a própria autora divulgou uma foto da suposta localização do país no facebook!
com carinho,
flávia c.
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