Contos das antigas

Gente, como assim a última postagem foi dia 7 de maio???



Oi gente!

Bem no comecinho, quando eu tinha acabado de criar o Dolce Sabato, eu tinha um tumblr também. Pra quem não sabe, o Tumblr é um blog bem simplificado, e os temas são mais literários. Ouso dizer que é uma rede social pra só quem escreve mesmo - apesar de que alguns tumblrs que eu seguia eram só de imagens.
Falando isso tudo, vocês podem imaginar que, se eu tinha um tumblr, eu escrevia textinhos melosos de amor. Certa resposta!
Vasculhando os arquivos do meu computador, encontrei um documento que tá cheio dos rascunhos desse tumblr que eu amava tanto - mais excluí. Como tá frio, eu tô com tempo mas sem conteúdo pra postar aqui, resolvi postar um dos contos que escrevi e vocês me dizem o que acharam, combinado?



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Contaram-me que ela já foi feliz. Seu nome é Alice. Mas seu país, não era mais o das maravilhas. Depois que seu esposo morreu, ela ficou assim. Triste, pelos cantos. Eu, como a boa curiosa que sou, questionei-a, pois pelo que sei, já se passaram 4 anos. O luto, já deveria ter passado. Ela me contou que ele sempre a amou com tudo que pode, mas ela, não lhe dava valor. Essas histórias são tão comuns não é? De pessoas que amam outras, que não lhe dão valor. Se fosse comigo, seria diferente. Sei amar bem. Sei amar de verdade. Mas quando ela terminou de me contar, entendi o porquê de tudo. 

Ela foi, na verdade forçada à casar-se com aquele homem. Amava outro. Mas seus pais disseram-lhe que um simples camponês não lhe daria o luxo que queria usufruir. Então casou-se com o homem rico. É claro, que o camponês que a amava, se sentiu triste, e traído. Mas logo arrumou uma bela arrumadeira para casar-se, e dar-lhe cinco filhos e uma família feliz. Com ela foi diferente. O rico a amava também, mas não podia lhe dar filhos. Sentia-se culpado por isso e dava tudo que Alice queria, e ela querendo mais. Cada vez mais.

 Certo dia, Alice pediu-lhe um colar de brilhantes - mesmo já tendo tantos outros. O homem, dono de terras distantes teria que cavalgar até a cidade para tal. E foi-se. No dia seguinte, voltou com um belo colar. Não de brilhantes, mas tão belo quanto um. Alice revoltou-se contra o marido humilhando-o, dizendo que não era capaz de lhe trazer um colar digno, quanto mais um filho. E o homem sentido, andou para seu quarto, calado. Quando foram se deitar, ela dormiu de costas pra ele, como sempre fazia. Ele tentou dar o beijo de boa noite que sempre dava, mas ela não deixou. Na manhã seguinte, Alice, que havia tido um sonho muito ruim, acordou assustada. Deslizou a mão por sobre a cama, mas não encontrou seu marido lá. Apenas um bilhete, dobrado, que a deixava ler o destino: “À minha amada esposa”. Não se atreveu à ler o interior, estava muito irritada com ele. Se era amada, por que não tinha o colar de brilhantes que tanto desejava? Perguntou à arrumadeira aonde havia ido seu esposo. “À cidade, minha senhora, disse que foi buscar seu colar de brilhantes.” Surgiu um sorriso de deboche em seu rosto, como se saísse vitoriosa em sua batalha. 

Passaram-se dois dias, e o homem não havia voltado. Alice começou a se irritar e a amaldiçoá-lo, chamando-o de tudo quanto é nome ruim. Três dias. Alice xingava-o sem dó, nem piedade. Quatro. Cinco. Seis. Quando fizeram-se exatos sete dias que seu marido havia partido, Alice recebeu um mensageiro em sua casa, avisando-lhe que seu marido estava morto. Entregaram-lhe um colar de diamantes. “Foi morte de lobo, minha senhora. Estava todo rasgado, mas fechado na mão, estava este colar.” Sem fala, ela correu até seu quarto, abriu o bilhete e leu:

Querida, me dói não podermos ter filhos, tanto quanto em você. Mas não é culpa minha não podermos. Lembra-se do exame que fizemos juntos naquele dia? Não quis te contar, mas, o médico havia me dito, que você era estéril. Você não podia nos dar filhos. Mesmo assim, te amei e amo tanto, que deixei você acreditar que era comigo. Até hoje. Mas não se magoe, te amo se você me der um filho, ou se não puder. Estou indo buscar seu colar. Espero que quando eu voltar esteja na porta, a me esperar, com seu belo e raro sorriso no rosto. Te amo.

Ela me contou que desbulhou-se em lágrimas naquela hora. Que passou a vida inteira acusando-o de não poder dar-lhe um filho, quando ela era que não podia. Que não seria feliz, ainda que se casasse com o camponês, pois isso não a faria ter filhos. 

“Mas o pior”, disse-me Alice, “é que nunca disse que o amava. Que à noite, quando acordava de um sonho ruim, o abraçava, e então, voltava a dormir como um anjo. Que meu orgulho não passava de uma máscara, e que a cada dia que passava me apaixonava mais por ele.”

Depois disso, Alice assumiu toda a riqueza dele, mas uma parte vendeu e deu aos necessitados. Hoje anda como uma. Não necessitada de dinheiro, terras, colares de diamante. Ela precisa de amor. Do amor que negou-se a demostrar a seu falecido esposo.


E aí pessoas? O que acharam? Comentem!
Super beijo!

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